Telómeros e telomerase
Biotecnologia
"Estimulando o nascimento de novas células saudáveis, com o impulso vital dos genes, atuando no núcleo da vida celular"
Os telómeros são as pontas dos cromossomas dos seres que são formados por células com núcleos (eucariotas).
Células são as unidades que formam os tecidos (a pele, ossos, coração, etc.).
A grosso modo, a célula tem a aparência de um ovo – têm um núcleo (gema) onde está a informação vital e o material genético – os cromossomas, constituídos por um dupla hélice de DNA - e o citoplasma (a clara), onde estão os ingredientes que alimentam a célula.
Cada vez que as células se dividem, há uma duplicação dos cromossomas, que depois se separam e formam duas células com a mesma informação genética que a célula mãe. Um código idêntico. Em teoria é assim, mas na prática sabemos que todos nós resultamos de uma célula única e nos transformamos naquilo que somos milhões de vezes mais. Um conjunto de milhões de células com a mesma "impressão digital".
Para que os cromossomas se dupliquem é preciso que a dupla hélice se abra e se formem cópias das hélices, complementares às primeiras. Mas quando a separação chega à ponta dos cromossomas – os telómeros (do grego telos - final, e meros – parte), que não são mais que uma sequência de DNA, diferente para cada espécie, tendo a função de impedir que as pontas dos cromossomas abertas se possam unir com fragmentos que não são de lá, resultando naquilo a que se chamam mutações (material genético anormal por junção ou perda), acaba por haver encurtamento dos telómeros. Por isso, à medida que a célula se divide, essas pontas vão perdendo vários genes (informação importante) o que, pensa-se agora, levará inexoravelmente à morte celular, ao fim de algum tempo, pelo encurtamento sucessivo dos cromossomas – um dos mecanismos que contribui para o envelhecimento celular, por exemplo. Seria como "um plug" ou fitas adesivas - cromátides-irmãs - com codificação genética, que só se plugaria (ou colaria) em suas repetições exatas, ou seja, em nós mesmos milhões de vezes, até perder todos os "plugs".
Mas a verdade é que algumas células, como as células embrionárias e as células tumorais, conseguem dividir-se quase indefinidamente sem perda nem encurtamento dos telómeros.
É claro que isto é uma simplificação grosseira de um dos fenómenos mais intrigantes e complexos a nível celular.
Estas investigações e estas descobertas podem abrir caminho a novas terapêuticas, se percebermos como é possível impedir que as telomerases actuem em células malignas.
E mais, como poderiamos estimular o núcleo vital as células perfeitas?
Por outro lado podemos perceber melhor qual o mecanismo da senescência celular e, quem sabe, retardar impactos e agressões de fatores internos e externos à morte celular.
O que os pesquisadores da Universidade do Sudoeste do Texas e da empresa de biotecnologia Geron fizeram foi usar a telomerase para multiplicar células normais sem que estas se tornassem cancerosas.
Num estudo publicado na revista britânica "Nature Genetics", o pesquisador Choy-Pik Chiu, da Geron, relatou que as células cultivadas por ele já produziram 200 gerações, sem apresentar sinais negativos. Em geral, as células se dividem cerca de 80 vezes. Em outro artigo da mesma revista Jerry Shay e Woodring Wright, da Universidade do Sudoeste do Texas, disseram que as células normais imortalizadas com telomerase em seu laboratório se dividiram 280 vezes.
- Demonstramos que a introdução de telomerase em células normais não causa câncer - disse Wright.
A primeira aplicação dos novos estudos é o desenvolvimento de tratamentos que desativem a telomerase das células dos tumores sem afetar a multiplicação de células normais, promovendo reconstituição de tecidos saudáveis, com impulso vital dos genes perfeitos. Wow!!!!
A pergunta agora é: Quais alternativas seriam capazes de ativar a multiplicação de células saudáveis atuando no núcleo da vida celular?
CÉLULAS TUMORAIS EXPOSTAS À "QUINTA SINFONIA", DE BEETHOVEN, PERDERAM TAMANHO OU MORRERAM
Mesmo quem não costuma escutar música clássica já ouviu, numerosas vezes, o primeiro movimento da "Quinta Sinfonia" de Ludwig van Beethoven.
O "pam-pam-pam-pam" que abre uma das mais famosas composições da História,
Descobriu-se, agora, que ela seria capaz de matar células tumorais - em testes de laboratório. Uma pesquisa do Programa de Oncobiologia da UFRJ expôs uma cultura de células MCF-7, ligadas ao câncer de mama, a meia hora da obra. Uma em cada cinco delas morreu, numa experiência que abre um nova frente contra a doença, por meio de timbres e frequências.
A estratégia, que parece estranha à primeira vista, busca encontrar formas mais eficientes e menos tóxicas de combater o câncer: em vez de radioterapia, um dia seria possível pensar no uso de frequências sonoras.
O estudo inovou ao usar a musicoterapia fora do tratamento de distúrbios emocionais.
- Esta terapia costuma ser adotada em doenças ligadas a problemas psicológicos, situações que envolvam um componente emocional. Mostramos que, além disso, a música produz um efeito direto sobre as células do nosso organismo - ressalta Márcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, coordenadora do estudo.
Como as MCF-7 duplicam-se a cada 30 horas, Márcia esperou dois dias entre a sessão musical e o teste dos seus efeitos. Neste prazo, 20% da amostragem morreu. Entre as células sobreviventes, muitas perderam tamanho e granulosidade.
O resultado da pesquisa é enigmático até mesmo para Márcia. A composição "Atmosphères", do húngaro György Ligeti, provocou efeitos semelhantes àqueles registrados com Beethoven. Mas a "Sonata para 2 pianos em ré maior", de Wolfgang Amadeus Mozart, uma das mais populares em musicoterapia, não teve efeito.
- Foi estranho, porque esta sonata provoca algo conhecido como o "efeito Mozart", um aumento temporário do raciocínio espaço-temporal - pondera a pesquisadora. - Mas ficamos felizes com o resultado. Acreditávamos que as sinfonias provocariam apenas alterações metabólicas, não a morte de células cancerígenas.
"Atmosphères", diferentemente da "Quinta Sinfonia", é uma composição contemporânea, caracterizada pela ausência de uma linha melódica. Por que, então, duas músicas tão diferentes provocaram o mesmo efeito?
Aliada a uma equipe que inclui um professor da Escola de Música Villa-Lobos, Márcia procura agora esta resposta, dividindo as músicas em partes. Pode ser que o efeito tenha vindo não do conjunto da obra, mas especificamente de um ritmo, um timbre ou intensidade.
Quando conseguir identificar o que matou as células, o passo seguinte será a construção de uma sequência sonora especial para o tratamento de tumores. O caminho até esta melodia passará por outros gêneros musicais. A partir do mês que vem, os pesquisadores testarão o efeito do samba e do funk sobre as células tumorais.
- Ainda não sabemos que música e qual compositor vamos usar. A quantidade de combinações sonoras que podemos estudar é imensa - diz a pesquisadora.
Outra via de pesquisa é investigar se as sinfonias provocaram outro tipo de efeito no organismo. Por enquanto, apenas células renais e tumorais foram expostas à música. Só no segundo grupo foi registrada alguma alteração.
A pesquisa também possibilitou uma conclusão alheia às culturas de células. Como ficou provado que o efeito das músicas extrapola o componente emocional, é possível que haja uma diferença entre ouví-la com som ambiente ou fone de ouvido.
- Os resultados parciais sugerem que, com o fone de ouvido, estamos nos beneficiando dos efeitos emocionais e desprezando as consequências diretas, como estas observadas com o experimento - revela Márcia.
Beethoven Sinfonía nº 5
Fonte: O Globo - Renato Grandelle
Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.
Albert Einstein
Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.
Filipenses 4.11
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